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Constante, André Marques Chambel

Constante
Constant, 2021

Constante is a work about sleep, the process of falling asleep and its connection to death, composed by a video-poem and two photographic series. The video-poem explores values like the shadow, the occult and rest, seeking to be a sensory work of an experience with a release of the senses (the act of falling asleep). In its turn, the photographic series extend the narrative, looking at the connection between dreams and the development of images.

Constante é um trabalho sobre o sono, o processo de adormecer e a sua conexão à morte, composto por um vídeo-poema e duas séries fotográficas. O vídeo-poema explora valores como a sombra, o oculto e o descanso, procurando ser um exercício sensorial de uma experiência de libertação dos sentidos (o adormecer). Por sua vez, as séries fotográficas expandem a narrativa, olhando para a ligação entre os sonhos e a revelação de imagens.

Constante, 2021

video-poem, black and white, sound, 9' 47''

A video-poem about the four stages of the sleep cycle and their connection to death and immobility.

Um vídeo-poema sobre os quatro estágios do ciclo do sono e a sua conexão à morte e à imobilidade.

A luz que passa pelo tempo, 2021

digital photography

When we are deep asleep, we dream. Images reveal themselves to us, situations unfold, connections are made. This is the light that crosses through time, this is the light of life and death, of creation and change.

In this series,  the images of dreams are explored. These are visions that suggest different forms, in a relation between light and shadow. Every image is a dream, every dream is an image. Everything reverberates an interior that is able to create.

Quando estamos a dormir profundamente, sonhamos. Revelam-se imagens diante de nós, desenrolam-se situações, são feitas ligações nunca antes vistas. Esta é a luz que passa pelo tempo, esta é a luz da vida e da morte, da criação e da mudança.

Nesta série, são exploradas as imagens dos sonhos. São visões que sugerem formas diversas, numa relação entre a luz e a sombra. Toda a imagem é um sonho, todo o sonho é uma imagem. Tudo repercute um interior criador.

O toque do caduceu, 2021

photograms on paper, various sizes

In greek mythology, there are various beings that are connected to sleep. Among these, there is a figure which is responsible for the act of falling asleep: Hermes, the guider of souls after death. It is he, who carries the caduceus, that makes us fall asleep by touching his staff to our heads. As a psychopomp, Hermes not only guides souls after death but also through sleep, inviting us to dream. After all, sleep and death are brothers, as seen by Hypnos and Thanatos in this mythology.

In this series, there is no caduceus, but there is a hand that touches the surface of appearance, bringing the images of dreams to the forefront. There is a touch that is able to enchant and reveal images. This touch is the center of the work. In it, the hand and its form are explored: sometimes it carries hard edges and an uniform light, sometimes its edges are a mere suggestion, a glow that is left in the darkness of the night, a memory.

What is about that hand, that staff, that makes us sink to sleep?

Na mitologia grega, há vários seres que se conectam ao sono. Entre eles, há uma figura que é responsável por fazer adormecer: Hermes, o guia das almas após a morte. É ele que, carregando o seu caduceu, nos faz adormecer ao tocar as nossas testas com esse seu cajado. Na sua função de psicopompo, Hermes não só guia as almas depois da morte como também as guia pelo sono, convidando-nos a sonhar. No final de contas, o sono e a morte são irmãos, como se vê nas figuras de Hypnos e Thanatos.

Nesta série, não há nenhum caduceu, mas há uma mão que toca a superfície da aparência, trazendo com ela as imagens dos sonhos ao de cima. Há um toque que é capaz de encantar e de revelar imagens. Este toque é o centro do trabalho. Nele, a mão e a sua forma são exploradas: por vezes, ela mostra extremidades definidas e uma luz uniforme, outras vezes, as suas extremidades são apenas sugestões, um brilho que resta na escuridão da noite, uma memória.

O que tem essa mão, esse cajado, que nos faz adormecer?

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